terça-feira, setembro 07, 2010

Férias VIII : Janelas de Ronda

Aquando dos meus tempos universitários, tinha alguns amigos em Belas Artes. Caí uma vez na asneira de lhes dizer que gostaria de ter uma janela da Maluda. Fui xingado como o último dos cavernícolas. Uma dessas amigas, hoje pintora de algum renome, até me ofereceu um livrinho de iniciação às artes escrito e pintado por ela, uma espécie de "art for dummies", que se encontra emoldurado na minha sala.

Realizei na altura, com o orgulho ferido, que as janelas da Maluda estavam para os jovens artistas como o Dantas estava para o Almada Negreiros. Morra! Pim!

Uma viagem a Ronda nestas férias permite-me agora uma tardia desforra. Ronda, jóia andaluza empoleirada num penhasco a mil metros de altitude é um "pueblo blanco", magnificamente caiada, com soberbas - "guess what?" - janelas gradeadas que vos vou mostrar de seguida. Tipo Maluda, só que fotografadas por mim.

Uma das últimas cidades conquistadas aos mouros, em 1485, Ronda distingue-se também por uma das mais antigas praças de touros de Espanha, datada de 1785 e desenhada por Pedro Romero, ele próprio matador de mais de 6000 touros. As meninas do Bloco desmaiariam só ao ouvir o número. Os budistas apostariam que, com tanto ponto de "karma" negativo, Romero terá reencarnado como fungo interdigital ou protozoário, algo verdadeiramente mau.

Rondemos.

A ponte que separa as duas metades da vila, alcandoradas num precipício calcário:



E agora as janelas:








Para terminar, a prova em azulejo de que a virgindade pode ser em qualquer sítio.

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