sábado, dezembro 03, 2011

Cinco anos


Faz hoje o blogue Mataspeak. 

Quando comecei esta empreitada, não pensei que se tornasse obra de Santa Engrácia, arrastando-se no tempo, aqui mais uma parede, ali mais um desvão, sem plano nem fim definido: vai-se fazendo e logo se vê como parece.

O balanço? 233 entradas, dos quais mais de 150 foram crónicas, para cima de 500 páginas de texto se não me falham as contas, alguns centos de fotografias, tudo com razoável regularidade. Partilhei sentimentos, com maior ou menor sinceridade, tentei o humor, com mais ou menos piada, procurei interrogar quando achei que falava de coisa séria. Sempre que releio os textos, passados meses ou anos, acho alguns jeitosos, outros já roídos pelo tempo, outros ainda levam-me a interrogar-me sobre o que teria bebido naquele dia. Tudo somado, tenho em relação ao Mataspeak o mesmo sentimento que constava da letra de um fado vadio que costumava trautear um colega meu de faculdade: “É feia, mas gosto dela, e até tenho uma certa vaidade...”

Vaidade alimentada sobretudo pelos leitores que vão aparecendo, incrementando o contador de visitas, deixando um comentário, enviando uma mensagem, recomendando que prossiga  ou simplesmente lendo. Como dizia a minha avó Palmira, numa carta que me escreveu quando eu fiz dezoito anos e que para meu grande desgosto extraviei (mas não esqueci): sem leitores não há escritores.

E felizmente vai havendo leitores, alguns até entusiastas, como aquela senhora que me bateu hoje à porta insistindo em oferecer um bolo de aniversário. Não posso obviamente identificar a pessoa, por isso cortei a cara, mas deixo aqui uma foto dela segurando o bolo, que era bonito e soube bem.


1 comentário:

Cristina Rodo disse...

Parece-me bastante evidente (pelo número de velas no bolo) que a senhora se enganou no apartamento... mas enfim, compreendo que não tenhas reparado, não devias estar a conta-las. ;)

Parabénsssssss!
(com três dias de atraso)