domingo, outubro 17, 2010

Princeps

Príncipe, meu príncipe
Possam ventos de auspício enfunar tuas velas
E cintilar no breu, chamando, tuas estrelas
Possas tu ser artífice
De noites adamantinas, de dias dourados
Que com eles bordejes qual arminho
O longo veludo que feito caminho
Te conduza aos destinos almejados

Príncipe, meu príncipe
Teu reino sem ti agora sombreja, estranho
Bruxas voando sobre memórias d’antanho
Lampejam como ápices
Átomos de esplendor, risos na sala do trono
Um passado sem mácula nem obstáculo
Numa torre em que no mais alto pináculo
Florescia a rama verde do sonho sem sono

Príncipe, meu príncipe
Lá longe, da tua nau bruxuleia a chama
Por cá, de teus passos a saudade clama
Príncipe, meu príncipe
Que venças seguidas tuas duras pelejas
Não erre teu olhar como Orfeu para trás
Sussurremos nós, por onde quer que vás
Prece sofrida pela vitória que ensejas