domingo, dezembro 09, 2007

Don't give up

Hoje, calhou ouvir isto:

Nesta terra de orgulho crescemos fortes
Sempre desejados
Fui ensinado a combater, ensinado a ganhar
Nunca pensei que pudesse falhar

Não há por onde lutar ou pelo menos parece
Sou um homem cujos sonhos desertaram todos
Mudei a minha face e mudei o meu nome
Mas ninguém te quer quando perdes


Não desistas
Porque tens amigos
Não desistas
Ainda não estás vencido
Não desistas
Sabes que podes conseguir


Embora o visse por todo o lado
Nunca pensei que me pudesse afectar
Pensei que seríamos os últimos a ir
É tão estranho o modo como as coisas mudam

Guiei toda a noite até casa
O lugar em que nasci, à beira-lago
Quando veio a aurora, vi a terra
As árvores tinham ardido até cair

Não desistas
Ainda nos tens a nós
Não desistas
Não precisamos de muito de nada
Não desistas
Porque algures há um lugar a que pertencemos

Encosta a cabeça
Preocupas-te demais
Vai correr tudo bem
Quando os tempos são difíceis
Podes volver a nós
Não desistas
Por favor não desistas


Tenho que sair daqui
Não aguento mais
Vou até aquela ponte
E olhar para a água
Seja o que for que me advenha
E seja o que for que parta
Aquele rio corre
Aquele rio corre

Fui até outra cidade
Esforcei-me por assentar
Por cada emprego, tantos homens
Tantos homens de quem ninguém precisa


Não desistas
Porque tens amigos
Não desistas
Não és o único
Não desistas
Não há razões para teres vergonha
Não desistas
Ainda nos tens a nós
Não desistas agora
Temos orgulho em quem tu és
Não desistas
Sabes que nunca foi fácil
Não desistas
Porque eu acredito que há um lugar
Há um lugar a que pertencemos




Cantado ao vivo, em Itália, por Peter Gabriel e Paula Cole.

Raramente vi o desemprego tratado de forma tão sensível – mas tão perspicaz – e olhado na perspectiva do lado de lá, o da surpresa, do desespero, da vergonha, da anomia e da cedência.

Peter Gabriel canta o problema. Paula Cole canta uma solução, que passa por fazer do mundo um lugar a que pertençamos.

Passe um certo lirismo, o que esta canção alerta, aos que têm a mania que são mais espertos, é que o sistema que vangloriam em nome da eficiência, enquanto temporários vencedores, não lhes vai perdoar no dia em que eles já não derem jeito.

E mesmo aqueles que, neste mesmo sistema, estarão sempre na mó de cima, a arrotar postas sobre a ineficácia e o esbanjamento que resultam da protecção social, mesmo esses não têm grandes razões para estar tranquilos. A história demonstra que atitudes construtivas do género “comam brioche” acabam por ser mal percebidas pelos ingratos destinatários e levam a que rolem cabeças. Literalmente.

3 comentários:

NunoF disse...

" A Revolução não será televisada!"

CMata disse...

nunof: Excelente!

Unknown disse...

Bingo! Não podia ser mais oportuno. Quando confrontados com bons exemplos de liderança, já ninguém menciona George Bailey, o personagem do filme "It's a wonderfull life" e o seu famoso desabafo ""Just remember this, Mr. Potter, that this rabble you're talking about: they do most of the working and paying and living and dying in this community. Well, is it too much to have them work and pay and live and die in a couple of decent rooms and
a bath?" Cada vez mais precisamos deste tipo de líderes ...