
Le bar du vieux français foi o meu conto de Natal deste Natal. Sem moralismos ou xaropadas, fez-me partilhar um pouco da vida dos que sofrem. Veio lembrar-me que há mais no mundo para emendar do que para deixar como está, coisa de que quase sempre, convenientemente, me esqueço. De certo modo, fez-me sentir pequeno diante daqueles que tendo menos, se contentam e até partilham. Veio indignar-me e ainda bem, porque a indignação não é só o muito falado direito, tem que ser sobretudo uma obrigação: não nos indignarmo-nos, nem que por um momento, com o sofrimento alheio, deveria estar à cabeça da lista de pecados com direito a forno quente no inferno.
E o Natal, ao fim e ao cabo, é suposto andar à volta disto. Celebrar a dádiva e não a compra. Pensar um instante em quem precise. Honrar, seja-se ou não crente, o que é nuclear na mensagem do tipo que nasceu por estas alturas: praticar o Bem, olhar pelos Outros e ser livre de o fazer ou não, o que é uma responsabilidade tramada. Um programa um pouco mais ambicioso do que o natal dos centros comerciais ou dos jantares de empresa.
A Leila e Célestin, vi-os neste Natal como são as Leilas e os Célestins deste mundo: basicamente como nós. E não como os vemos na televisão, como números numa estatística ou paramécias sociológicas numa lamela, cagando e andando. No fim, fiquei como o Chico Buarque da canção: e eu, que não creio, peço a Deus por minha gente.
Feliz Natal.
1 comentário:
Este está muito bom e contradiz um pouco o meu comentátrio inicial... a ver vamos ...
Fiquei curioso de ler a BD. Ou me emprestas ou vou procurar...
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